Esse post era para o outro blog, mas resolvi deixa-lo apenas para crônicas e coisas do gênero. Quem quiser conhece-lo clique aqui.
A vida tem me causado uma angústia frequente esses dias. Uma necessidade de julgar todos os meus atos e me sentir mal com eles. Eu costumo dizer que é culpa da nossa sociedade manipuladora. Dizem que é uma fase e eu vou invariavelmente parar de culpa-la, mas duvido. Parece um pensamento bem lógico.
Sou uma dessas pessoas que conviveu com a morte de perto, perto demais. Durante a infância a encarei com uma naturalidade enorme, mesmo após a morte do meu avô, meu segundo pai, eu tinha certeza que seria melhor para ele do que continuar a sofrer. O pessoal do setor de Oncologia do hospital, meus tios-avôs, meu primo de 15 anos, hamster.... Tudo isso passou naturalmente num primeiro momento. Só que como boomerangue voltou e me atingiu na nuca. Hoje em dia há um certo pavor.
Olho a morte com reverência agora e julgo isso pouco saudável. Não há nada mais natural do que morrer. O problema que eu sofro é viver com medo da morte. Não no sentido de deixar de fazer algo por isso e sim de deixar de dormir sufocada pela angústia do fim próximo.
Quando deito no travesseiro e sinto o pavor chegar, normalmente eu tento com bastante afinco, me concentrar na minha própria respiração. Ou com alguma sorte em alguma música muito específica, porque são poucas que não me causam nenhum tipo de nervoso ou agitação nesses primeiros minutos de sono. Como essa aqui abaixo por exemplo, tem sido meu jeito de dormir e meu despertador ao mesmo tempo.
Não que todo dia seja assim, não que a vida seja uma infelicidade sem tamanho. Não, não tem nada de errado. É só esse pensamento ruim recorrente.
Alguém mais tem isso?
Só que não creio que essa questão é culpa dela, não inteiramente. Eu que não sei lidar com isso. Com a pergunta básica que não vale a pena se importar, de verdade: E se eu morrer agora?
Sabe esses seus planejamentos, as coisas que você guardou para fazer amanhã, os amigos que você tem o dom de desencontrar? Sabe aquela festa que você quer ir? Sabe aquela viagem que você quer fazer? Sabe aqueles sonhos que você tem?
Eles pertencem ao futuro.
E nem sempre o futuro existe.
Me pego a pensar com frequência cada vez maior, como vai ser o mundo que eu irei perder. Penso se o dinheiro me possibilitaria viver mais tempo. Penso se ao menos algo eu deixei para a posteridade. São tantas questões inúteis afinal, diante de uma imensidão do universo. Só que quando eu fecho os olhos são essas questões que me bombardeiam, afastando meu sono.
É bobeira, eu sei. Mas, Saramago já dizia: "Escrevemos porque não queremos morrer. É esta a razão profunda do acto de escrever." E faço minhas suas palavras.
Até o tumblr concorda! |
Olho a morte com reverência agora e julgo isso pouco saudável. Não há nada mais natural do que morrer. O problema que eu sofro é viver com medo da morte. Não no sentido de deixar de fazer algo por isso e sim de deixar de dormir sufocada pela angústia do fim próximo.
Quando deito no travesseiro e sinto o pavor chegar, normalmente eu tento com bastante afinco, me concentrar na minha própria respiração. Ou com alguma sorte em alguma música muito específica, porque são poucas que não me causam nenhum tipo de nervoso ou agitação nesses primeiros minutos de sono. Como essa aqui abaixo por exemplo, tem sido meu jeito de dormir e meu despertador ao mesmo tempo.
Não que todo dia seja assim, não que a vida seja uma infelicidade sem tamanho. Não, não tem nada de errado. É só esse pensamento ruim recorrente.
Alguém mais tem isso?